:46:09
Capitäo Bligh,
no seu depoimento anterior,
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näo esclareceu um ponto importante:
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Um motivo para o motim.
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Sabe por que lhe tiraram o barco?
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Näo, senhor. Até ser detido na cabina,
näo suspeitei de nada.
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Ocorreu algo na noite anterior,
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que devia ter-me levado a suspeitar.
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No convés, vi Fletcher Christian
e Roger Byam...
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...a conversar na amurada.
:46:36
Ouvi Roger Byam dizer:
"Pode contar comigo."
:46:40
E Christian disse:
"Está combinado."
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Vi-os apertar as mäos.
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Percebi mais tarde
que estavam a planear o motim.
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Näo é verdade, Capitäo Bligh.
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Deixem-me explicar.
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O prisioneiro pode interpelar
a testemunha.
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Capitäo, näo reproduziu
toda a conversa com Christian.
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Näo o ouviu falar-me
da casa em Cumberland?
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Näo.
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Näo o ouviu pedir-me
que prometesse...
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...que, se näo regressasse,
eu contaria aos pais por quê?
:47:12
Näo.
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Juro por Deus
e perante o tribunal,
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que foi esse o teor
da nossa conversa.
:47:20
Nada teve a ver com o motim.
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Capitäo Bligh,
à parte da conversa que ouviu,
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a conduta anterior de Mr. Byam
leva-o a considerá-Io culpado?
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A conduta dele convence-me
de que conspirou com Christian.
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Eram amigos, antes do motim.
Continuaram amigos depois.
:47:38
O prisioneiro podia ter detido
Christian.
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Mas deixou-o escapar.
Admitiu-o.
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Sabia que eu estava preso na ilha,
talvez por alguns anos.
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Em desvantagem, desarmado.
:47:50
Dei a minha palavra a Christian
de que näo me insurgiria.
:47:53
Mr. Byam, se fosse leal
quando Christian fugiu,
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tê-Io-ia encontrado morto!