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Os primeiros anos foram os melhores
de toda a minha vida.
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Tinha uma mulher que era tudo aquilo
que eu tinha desejado.
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Tinha um filho esperto e saudável.
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Foi então que o nosso filho morreu.
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Voltei do teatro, uma noite,
alguns meses depois.
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Acho que a miúda nunca tinha bebido
nada em toda a vida dela.
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Lá estava ela, estirada na cama, bêbada
como um cacho,
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com os pulsos cortados e a sangrar.
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Ela tinha ciúmes por eu ter trabalho,
uma coisa por que lutar.
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Ela achava que não tinha nada.
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Um ano depois, era uma alcoólica
inveterada.
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Num esforço para lhe dar algum
propósito na vida,
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fi-la sentir que precisava dela
no meu trabalho.
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Deixava-a escolher as canções que
gravava, os espectáculos que faria.
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Ela começou a açambarcar tudo.
Tornou-se muito possessiva.
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Ela queria tomar as decisões,
tinha de estar sempre comigo.
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Quando eu estava fora, agia como
se eu tivesse fugido com outra mulher.
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Tinha ataques de depressão.
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Numa ocasião, pegou fogo
a uma suite de hotel.
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Foi quando comecei a beber.
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- Ela ainda bebe?
- Não. Parou quando eu comecei.
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Condiz. Você tinha passado a ser
a parte fraca. Era o que ela queria.