The Ten Commandments
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1:40:01
Arrancado ao cume do poder real,
1:40:04
despido de toda a autoridade
e riqueza terrena,

1:40:07
um homem abandonado,
sem país e sem esperança.

1:40:12
A alma em turbilhão, como os ventos
quentes e as areias tempestuosas,

1:40:18
que o açoitam com a fúria
dum chicote de capataz.

1:40:23
É impelido a avançar,
sempre a avançar,

1:40:27
por um Deus desconhecido,
1:40:30
em direcção
a uma terra que não se vê.

1:40:34
Para o deserto escaldante do pecado,
1:40:38
onde sentinelas de granito se erguem
como torres de morte viva

1:40:42
para lhe vedar o caminho.
1:40:44
Cada noite traz
o abraço negro da solidão.

1:40:49
Ouve,
no sussurrar zombeteiro do vento,

1:40:52
o eco das vozes da escuridão.
1:41:10
lndaga-se a sua mente torturada
se chamam memórias de triunfos idos,

1:41:16
ou se gemem prenúncios
de desastres vindouros...

1:41:20
ou se o bafo quente do deserto lhe
derreteu a razão, enlouquecendo-o.

1:41:28
Não consegue refrescar o beijo
ardente da sede sobre os seus lábios,

1:41:33
nem proteger-se
da fúria escaldante do sol.

1:41:38
Á sua volta, apenas desolação.
1:41:42
Não pode nem abençoar
nem amaldiçoar o poder que o move,

1:41:48
pois não sabe de onde ele vem.
1:41:55
Aprendendo que pode ser mais terrível
viver que morrer,

1:41:58
é impelido em diante pelo
tormento escaldante do deserto,


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