:16:02
Correu para a porta, abriu-a e viu o
miúdo a correr pelas escadas para a rua.
:16:06
Chamou a polícia e esta encontrou
o velho com uma faca cravada no peito.
:16:10
O médico legista fixou a hora
da morte por volta da meia-noite.
:16:13
Ora, isto são factos. Não se podem
recusar factos. O miúdo é culpado.
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Eu tenho sentimentos como toda a gente.
Eu sei que ele só tem 18 anos.
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- Mas tem de pagar por aquilo que fez.
- Concordo.
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- Ok. Acabou?
- Sim.
:16:29
Para mim é óbvio que toda a
história do rapaz é pouco sólida.
:16:33
Ele disse que tinha ido ao cinema,
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contudo, não se lembrava do nome
dos filmes que viu, nem dos actores.
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- Exactamente.
- E ninguém o viu no cinema.
:16:41
E a mulher do outro lado da rua - se o
testemunho dela não é uma prova, então é quê?
:16:46
- Exactamente. Ela presenciou crime.
- Meus amigos, por favor. Vamos por ordem.
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Só um momento. Temos uma mulher...
:16:53
Uma mulher deitada na cama.
Não consegue dormir. Está cheia de calor.
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Olha pela janela e,
do outro lado da rua,
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ela vê o miúdo a apunhalar
o pai.
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Era exactamente meia-noite e dez.
Tudo se encaixa.
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Ela conheceu o rapaz toda a vida.
:17:10
A janela dele fica em frente, do outro lado
da linha do comboio. Ela jura que o viu fazer.
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Através das janelas de
um comboio que estava a passar.
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O comboio não levava passageiros.
Estava a ser levado para o centro.
:17:20
As luzes estavam apagadas, e foi
provado em tribunal que, à noite,
:17:24
se pode ver através das janelas
e ver o que se passa do outro lado.
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- Ficou provado.
- Gostava de perguntar uma coisa.
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Você não acredita na história do rapaz.
Porque é que acredita na mulher?
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Ela também é gente da
mesma laia, não é?
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- Você é um espertalhão, não é?
- Meus senhores, meus senhores.
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- Vá lá, sente-se.
- Quem acha ele que é? Estou-lhe a dizer...
:17:46
Vá lá. Não vamos a lado nenhum
a discutir.
:17:49
- Quem é o próximo.
- Ele. O número 5.
:17:56
Posso... posso passar?
:17:59
Bem... está no seu direito.