:45:01
Sr. Presidente do Júri, eu quero
mudar o meu voto para inocente.
:45:06
- Quer quê?
- Ouviu-me.
:45:08
- Tem a certeza?
- Sim, tenho.
:45:11
A votação é 9 a 3
a favor de culpado.
:45:14
Bem, isto é o máximo!
:45:20
Em que é que se está a basear?
Nas histórias que este tipo inventou?
:45:24
Você devia escrever para uma dessas revistas
chanfradas de detectives. Faria uma fortuna.
:45:28
Sinceramente, o próprio advogado do
miúdo sabia que ele não tinha hipóteses.
:45:31
Desde o início que o próprio
advogado sabia, dava para ver.
:45:35
Caramba, deixem-me dizer-lhes.
Este tipo é cá uma coisa.
:45:39
O miúdo tinha um advogado, não tinha?
Ele apresentou o caso, não foi você.
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- Como é que você tem tanto para dizer?
- Os advogados não são infalíveis.
:45:45
- Baltimore, por favor.
- Foi um advogado oficioso.
:45:48
- E o que quer isso dizer?
- Muito.
:45:50
Ele não queria o caso
ou aceitou-o contrariado.
:45:54
É o tipo de casos que não traz dinheiro,
nem glória, nem muitas chances de ganhar.
:45:58
Isso não é uma situação muito
prometedora para um jovem advogado.
:46:01
É preciso acreditar no cliente para construir
um bom caso. Ele, obviamente, não acreditava.
:46:06
Claro que não acreditava.
:46:09
Quem diabo podia acreditar?
:46:11
Só se a mãe dele,
no máximo.
:46:14
Oh, olhem.
Já viram as horas? Vá lá.
:46:17
Desculpem. Eu tomei
aqui umas notas,
:46:20
e gostaria de dizer algo.
Por favor.
:46:24
Ouvi com muita atenção e...
:46:26
parece-me que este senhor
trouxe alguns pontos pertinentes.
:46:30
Pelo que foi apresentado em tribunal,
o rapaz parece culpado, à primeira vista.
:46:35
- Mas, vendo com mais atenção...
- Oh, vá lá...
:46:38
Há uma pergunta que
eu gostaria de fazer.
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Vamos assumir que o rapaz
cometeu realmente o crime.
:46:44
Ora, isso aconteceu
à meia-noite e dez.
:46:47
Ora, como foi ele apanhado
pela polícia?
:46:50
Ele voltou a casa...
por volta das 3 horas,
:46:54
e foi apanhado por dois detectives
na entrada da sua casa.
:46:58
Ora, a minha questão é:
se ele realmente matou o pai,