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Tenho mais riscos nas costas
do que uma zebra!
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Sempre que toco nas minhas feridas...
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a dor redobra.
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Mas apesar disso,
parece que encontrei uma coisa...
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- Que nunca tive, no meio da riqueza.
- E o que é?
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Não te rias,
mas creio que é dignidade.
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Em Roma,
a dignidade encurta a vida...
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ainda mais do que a doença.
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Os deuses devem estar a guardar-te
para alguma grande missão.
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Achas que sim?
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Quem pensar que me torno informador
a troco de nada, é louco.
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Suportei o chicote
sem uma queixa.
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Sim, de facto, isso parece
um forte ataque de dignidade.
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Espero, contudo,
que isso não te demova...
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da vingança
que querias contra Crassus.
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Não, pelo contrário.
Isto só reforça a minha decisão.
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Fico satisfeito em saber.
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A Varinia está em casa dele.
Toda a gente em Roma sabe disso.
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As más-línguas até dizem...
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que ele está apaixonado
pela primeira vez na vida.
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Notei uma expressão estranha nos olhos
dele, a primeira vez que a viu.
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Deve ser uma grande mulher...
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para fazer Crassus
sair da paixão que tem por si próprio.
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Vou ser franco contigo,
Gracchus.
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Ela não é tão desengracada
como eu te disse.
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Dignidade e honestidade numa só tarde!
Nem te estou a conhecer.
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- Mas ela é uma mulher impossível.
- Bela?
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Bela? Bem, é bela.
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Quanto mais grilhetas lhe pomos,
menos ela se parece com uma escrava.
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- Orgulhosa?
- Orgulhosa, muito orgulhosa.
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Dir-se-ia que só se entrega
ao homem certo...
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o que é irritante.
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Gosto de Crassus.
Vamos salvá-lo da sua agonia.