:25:02
Para o curar?
Nem sei o que o consome.
:25:05
Conto-lhe a história da minha vida,
e fico sem saber nada de si.
:25:09
Muito bem, é pouca coisa,
mas aqui fica:
:25:11
tinha um emprego, uma casa, um
casamento e uma vida. Todos falharam.
:25:15
Quanto ao presente,
:25:18
vivo numa cela que custa 31 dólares
por mês, o corredor está cheio de lixo.
:25:22
Uma manhã acordo intoxicado, se não
saltar de uma ponte na noite anterior.
:25:26
Não posso dar 19,95 dólares
por um rádio!
:25:29
Os 30 mil dólares do ano passado
eram gabarolice?
:25:32
Não queria aceitar rebuçados de uma
bebé. Vim para cá com 500 dólares.
:25:37
Estou a tentar viver
com 3,50 dólares por dia.
:25:40
Esta noite, gastou 16,80 dólares!
:25:42
- Esbanjei. É o meu aniversário.
- Aniversário?
:25:45
Comprei também
um charuto de um dólar.
:25:48
Comprou o seu próprio presente
de aniversário?
:25:50
- Por que não me disse, Jerry?
- Porquê?
:25:53
- Ter-me-ia dado um?
- Claro.
:25:56
Obrigado, mas não quero esmolas
de pobretanas tolas e adoráveis.
:26:01
Não diga "Vá-se" quando passou a noite
a dizer "Venha". Não é de senhora.
:26:06
Como, não procurava esmolas?
:26:08
- O quê?
- Foi o que fez a noite inteira.
:26:10
- Percevejos, infeliz, na penúria...
- Percevejos infelizes?
:26:14
Percevejos. Infeliz. Como se morresse,
se eu não dormisse consigo.
:26:18
- Quem disse isso?
- Você.
:26:21
O lixo, saltar de uma ponte, a solidão...
Foi a última coisa que me disse.
:26:26
Pode ter sido discurso de campanha,
uma abordagem,
:26:29
mas não passei a noite a fazê-lo.
:26:31
A primeira coisa que disse foi
"Ajude-me", ao telefone!
:26:34
- Não. Eu disse que não diria...
- Disse: "Ajude-me"! Eu disse: "Claro"!
:26:39
Não me estou a queixar, mas por que me
chama nomes? Quer ganhar sempre?
:26:53
Disse alguma coisa que o magoasse?
:26:56
Estava irritada. Quis atingi-lo também.
É natural.