1:00:00
- Então, está tudo bem.
- Não, não está.
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Quando ela descobrir que menti,
fará algo desesperado.
1:00:05
A culpa é sua. Tentou tramar-me.
O Harvey deu o seu melhor.
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- Não tinha se fazer tão humilhada.
- Eu fui humilhada.
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Tem um preconceito quanto aos homens,
que destrói qualquer possível relação.
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- É por isso que odeia o Harvey.
- Ninguém precisa de razões para o odiar.
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Eliminou a sua feminilidade.
Notei isso no escritório e comigo.
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Fui contratada como
assistente-recepcionista, não como gueixa.
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Tem medo. Medo da emoção,
da intimidade, de viver.
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Se viver é agir como você, tem razão.
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Digo-lhe isto para seu bem.
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Tem graça, sempre que as pessoas
nos magoam, fazem-no para nosso bem.
1:00:45
Vire á direita na próxima esquina.
1:00:49
- Olá.
- Olá. Tens a Aida com a Callas?
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Claro. Sabes, não tenho ouvido
a tua máquina de escrever.
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Ando deprimido demais. Quem me dera
que a Mãe tivesse tomado a pílula.
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- Qual o problema, uma rapariga?
- Não, já ultrapassei isso.
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O sexo é para adolescentes.
Preciso de outra coisa.
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- Não sei de quê.
- Sei exactamente o que sentes.
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- Posso ler a tua peça?
- Sim, seria bom que alguém o fizesse.
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Eu gostava.
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- Queres que guarde num saco?
- Não, ouço-o aqui.
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Andas sempre assim empoleirada?
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Ninguém aqui repara.
A maioria são clientes de música clássica.
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- Que fazes aqui?
- É hora de almoço. Trouxe uma prenda.
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Uma prenda? Nem sequer faço anos.
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Abre.
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Vamos lá para trás.
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- Não imagino o que estará cá dentro.
- Adivinha.
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- Calças de cabedal preto.
- Não imaginas melhor que isso?
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O que poderia ser melhor
que calças de cabedal preto? Desisto.
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Uma estola de marta!
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Uma estola de marta!