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- Orr?
- Está morto.
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- Quem?
- É só um miúdo da minha vila natal.
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Finou-se há momentos. Vieram
dos Estados Unidos para o verem.
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- Vá lá, enfie-se na cama.
- O quê?
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A mãe, o pai e o irmão voaram até cá.
Sabem que está moribundo.
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- Que quer que eu faça?
- Que seja ele.
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Só por uns minutos,
depois vão-se embora.
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Viajaram 8.000 quilómetros
para o verem antes que morresse.
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- Não estou a morrer!
- Claro que está. Estamos todos.
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Vão descobrir.
Vieram ver o filho.
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Aceitarão o que lhes derem.
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Um miúdo moribundo
é tão bom como outro. Ou tão mau!
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- Não dará resultado.
- Vieram de muito longe.
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Não quero desapontá-Ios.
Sou sentimental quanto a idosos.
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- E se começam a chorar?
- É provável que comecem.
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Espero lá fora. Se der para o torto,
venho cá separar-vos.
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Acho que não dará resultado.
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Faça isto por mim
e farei algo por si.
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- Mete-me de baixa?
- Não posso.
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Pode atestar que estou à beira
dum esgotamento nervoso.
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Claro que posso.