Ultimo tango a Parigi
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Ele é como todos os outros mas...
ao mesmo tempo é diferente.

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Quer dizer, como toda a gente.
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Sim, mas... mesmo ele assusta-me.
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Mesmo ele assusta-me.
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Que é ele, o seu chulo local?
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Podia ser. Tem ar disso.
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Sabe porque estou apaixonada por ele?
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Não posso esperar.
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Porque ele sabe. Ele sabe como
me fazer apaixonar por ele.

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Quer que este homem que ama
a proteja e cuide de si.

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Sim.
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Quer que este guerreiro,
poderoso, dourado e brilhante

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construa uma fortaleza
onde se pode esconder.

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Por isso não tem de... ter...
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Não tem de ter medo.
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Não terá de se sentir só ou vazia.
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- É o que quer, não é?
- Sim.

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- Bem, nunca o encontrará.
- Mas encontrei este homem.

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Não demora muito até que ele queira
que construa uma fortaleza para ele

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a partir das suas mamas
e da sua rata e cabelo

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e o seu sorriso
e dos seus odores.

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E... e algum lugar onde se possa
sentir confortável e seguro

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para que possa venerar em frente
do altar da sua própria pichota.

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- Mas encontrei este homem!
- Não, está sozinha.

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Estão todos sós.
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Não estará livre dessa
sensação de estar só

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até enfrentar a morte.
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lsso é treta,
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é um disparate romântico.
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Até que entre bem pelas
entranhas da morte.

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Mesmo pelas entranhas...
até encontrar o ventre do medo.

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E depois,... talvez...
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Talvez então, o poderá encontrar.
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Mas encontrei esse homem.
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Ele é você! Você é esse homem!
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Vá buscar a tesoura.
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- O quê?
- Vá buscar a tesoura das unhas.


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