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Estava sempre a perder os óculos.
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Olha, é a minha casa,
foi aqui que eu vivi!
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Cum caraças!
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Cheio de sorte. A minha casa agora
é um armazém de material pornográfico.
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Tenho óptimas recordações.
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A tua mãe e o teu pai
sempre a discutirem?
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Era, e por causas das coisas
mais ridiculas.
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- Despediste a mulher da limpeza?
- Ela roubava!
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É de cor!
Tem já chatices de sobra!
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- Foi â minha agenda!
- Já são muito perseguidos!
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- Qual perseguidos? Ela roubava!
- E dai? Nós podemos ser roubados!
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Ah, é? Com o que tu ganhas?
E se ela roubar mais?
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É uma preta de Harlem!
Não tem dinheiro!
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Tem o direito de nos roubar!
Quem é que ela vai roubar, se não a nós?
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- São os dois malucos!
- Não te ouvem, Max.
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Leo, casei com um idiota!
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Max, o que é?
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É a festa de boas-vindas
ao meu primo Herbie, em 1945.
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Olhem, aquele é o Joey Nichols.
Era amigo do meu pai.
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Estava-me sempre a chatear
quando eu era pequeno.
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Joey Nichols. Vês? Niqueis.
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Vês? Niqueis.
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Vês? Niqueis.
É fácil fixar o meu nome.
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É só pensar no Joey 5 Cêntimos.
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Sou eu! O Joey 5 Cêntimos!
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Ganda cretino.
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Mas a que dava mesmo cabo de mim
era a irmã da minha mãe, a Tessie.
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Eu fui sempre a irmã que
tinha bom senso.
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A Tessie era a que
tinha personalidade.
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Quando era nova, toda a gente
queria casar com a Tessie.
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A Tessie Moskowitz tinha personalidade.
Animava o "ghetto". Sem dúvida.
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Era uma mulher muito bonita.
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Tessie, dizem que tu é que eras
a irmã que tinha personalidade.
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Eu era uma beleza.
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- Donde é que vinha essa personalidade?
- Eu sabia encantar.
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E tinhas muitos pretendentes?
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Dançava muito bem.
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Custa a crer.
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Que dia bem passado.
Gostei imenso do meu dia de anos.
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- Só fazes anos amanhã.
- Mas falta muito pouco.