:38:00
Essa é que é a verdade.
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Ninguém a conhecia como eu.
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Uma vez, saímos na minha bicicleta...
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...e fomos andar.
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Metemo-nos na estrada e seguimos,
e ela estava mais bêbeda que...
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Obviamente escureceu antes
de chegarmos ao sítio para onde íamos.
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E tivemos de chamar o meu pai...
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...e ele teve de nos vir buscar
no carro.
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Näo conseguíamos meter
a bicicleta no carro...
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...e eu e a minha mäe comecámos a rir.
Ç
:38:30
O meu pai näo gostou muito.
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E depois fomos para casa...
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...e o meu pai deitou-a na cama
para ela acalmar...
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...e nada mais.
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E eu só tinha que esperar
até que ela se embebedasse novamente.
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Num Veräo...
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...o meu pai...
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...mandou-me para casa da minha tia
passar umas semanas.
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E quando voltei...
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...a minha mäe estava num hospital.
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E näo me deixavam vê-la.
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Näo conseguia perceber.
Näo me deixavam vê-la.
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Ela morreu no quarto.
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Eu devia ter 11 ou 12 anos nessa altura.
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Uma enfermeira...
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...disse que a minha mäe
me tinha escrito um bilhete.
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Mas o meu pai ficou com ele...
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...e näo me deixava vê-Io.
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Näo conseguia entender aquilo.
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Lembro-me de tentar
bater-lhe uma vez...
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...só para fazê-Io dizer
o que tinha aquele recado.
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Ele näo me dizia.
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Sempre me questionei
sobre o que lá estava escrito.
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Sei que era algo bonito.