:42:02
Acho que isto é um erro.
Diga-lhe que estou fora, em serviço.
:42:05
- Acha sensato?
- E sera sensato falar com ela?
:42:08
O senhor era o superior imediato dele.
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"Era". Acha mesmo que é no passado?
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- Parece possivel.
- Seria maravilhoso.
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Mais cedo ou mais tarde, uma reporter
como a Marie Jouvet...
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Mas o que é que eu lhe digo?
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- Que o achava um imbecil?
- Näo.
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O homem com mais sorte do mundo
com o cérebro de uma amêijoa atrasada?
:42:30
Claro que näo.
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Você sabe que ele era um idiota,
e eu também sei,
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mas para todos os outros era o
maior detective desde Sherlock Holmes.
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- Se eu disser a verdade...
- Entäo näo diga. Ele morreu.
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Dê-lhes o heroi que eles querem.
Näo ha-de ser morte de homem.
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Mas sera que morreu mesmo?
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Tenho esta sensaçäo horrivel de que
um dia destes - para a semana, talvez
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abro a mala do carro, ou o meu
armario e: "Cu-cu!".
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Acho que näo tem alternativa.
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E se eu näo consigo? Ja me conhece,
quando se trata do Clouseau.
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As minhas emoçöes ficam à flor
da pele, como uma mina flutuante.
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- Näo consigo.
- Consegue, sim.
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Consigo. Consigo, pois.
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Näo, faça você.
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Menina Jouvet.
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Menina Jouvet, que bom, sempre veio.
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Por favor, esteja à vontade.
Puxe uma amêijoa.
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Como descreveria o
lnspector Clouseau?
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Bem, nunca conheci ninguém como ele.
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Ele era... era unico.
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- Pode dar pormenores?
- Podia, mas...
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Para começar,
näo era muito convencional.