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Não faço ideia.
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Adivinhe.
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Adivinhe, Majestade.
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Imagine o máximo de tempo...
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...e duplique-o.
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Seis...
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...sete minutos.
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Oito minutos?
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Vinte, Sire! 20 minutos!
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Vinte minutos de música
ininterrupta, sem recitativos.
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Só a ópera permite isso.
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Numa peça, se dois actores
falam ao mesmo tempo...
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...é só barulho.
Ninguém percebe uma palavra.
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Mas com a ópera, com música...
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...vinte pessoas podem
falar ao mesmo tempo.
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E não é barulho.
É uma harmonia perfeita!
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A música não está em causa.
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Ninguém duvida do seu talento...
mas do seu gosto literário.
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Mesmo tirando o aspecto político,
é ainda... uma farsa vulgar.
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Porque perde o tempo
com essa mixórdia?
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Deve poder...
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...escolher temas mais elevados!
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Elevados! Elevados!
De que falamos?
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Estou farto...
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...mais que farto desses...
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...temas "elevados" !
Velhas lendas mortas!
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Porquê sempre...
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...esses deuses e lendas?
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Porque elas duram...
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...e perduram.
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Pelo menos o que representam:
o eterno em nós.
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A ópera existe para enobrecer-nos.
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A si e a mim,
tal como a Sua Majestade.
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Vamos, sejam honestos!
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Não preferem escutar um
barbeiro do que Hércules?
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Ou do Horácio, ou do Orfeu?
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Tão sublimes que parece
que cagam mármore.