Cyrano de Bergerac
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E pensar que foi numa sala
como esta

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que se representou
Routrou, meu filho!

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E Corneille.
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Olhe, na primeira sessão do Cid
eu estava além!

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Primeiro que tudo, as rendas,
rapazes, cortem-nas!

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Ragueneau! Meu amigo!
Pasteleiro dos poetas!

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É honra demasiada...
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Não devias negar,
mecenas como sois!

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Todos esses senhores
gozam de crédito na casa dele.

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- É que também sou poeta...
- Disseram-me.

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E por um soneto
ou uma odezinha...

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- Vós dais uma tarte...
- Uma tartezinha!

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Hoje, o vosso lugar, só aqui
para nós, quanto vos custou?

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Quatro flãs. Quinze pastéis.
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O senhor Cyrano não veio,
muito me admira.

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- Porquê?
- Montfleury actua!

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Esse barril!
Representa ainda esta noite?

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- O papel de Fédon.
- E que importa isso a Cyrano?

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Mas, então, vós ignorais?
Montfleury mereceu-lhe subitamente

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um tal ódio que o proibiu
de voltar a aparecer em cena!

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- Então, não irá representar?
- Sim, está anunciado.

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- E o senhor Cyrano virá?
- Eu apostei que sim.


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