Cyrano de Bergerac
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:38:03
que ele pertence precisamente
ao vosso regimento.

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Pois é cadete
na vossa companhia!

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Tem espírito, génio
na sua cabeça.

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É altivo, nobre, jovem,
intrépido, belo...

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Belo!
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Que tendes?
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Eu, nada...
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É este dói-dói.
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- Já falaram um com o outro?
- Nunca.

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- Ele é cadete?
- Cadete nos guardas, sim.

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Sabeis o nome dele?
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É o barão Christian
de Neuvillette.

:38:35
Como?
Não está nos cadetes.

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Está sim, desde esta manhã!
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Acabei os bolos,
senhor de Bergerac!

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Pois tratai de ler os versos
impressos no saco!

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Minha pobre pequena,
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vós que não amais senão
a bela linguagem,

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e se ele fosse um profano,
um selvagem?

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Não, todas as palavras que ele
diz são finas, adivinho-o!

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Sim, todas as palavras são finas
quando o bigode é fino.

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E se fosse um idiota?...
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Pois bem, morreria logo!
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Vós marcastes este encontro
para me dizeres isso?

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Não estou a ver muito bem
a utilidade, senhora.

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Não, ouvi-me!
:39:14
Alguém me trouxe a morte
da alma ao dizer-me

:39:17
que todos vós sois gascões
na vossa companhia...

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E que provocamos todos os fedelhos
que estão lá por favor?...

:39:22
Sim, tenho muito medo
por ele!

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- Não sem razão!
- Mas imaginei,

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ao ver-vos ontem a fazer frente
àqueles brutos,

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vós, invencível e grande,
tal como sempre fostes,

:39:31
imaginei: basta ele querer,
e todos recearão...

:39:35
Está bem, defenderei
o vosso barãozinho.

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É mesmo verdade
que mo ireis defender?

:39:41
Sempre tive por vós
uma amizade tão terna!

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- Sereis seu amigo?
- Sê-lo-ei.

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E jamais ele terá
de se defrontar em duelo?

:39:47
Está jurado.
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Gosto muito de vós...
:39:52
Tenho de me ir embora.
:39:59
Mas não me haveis contado
a batalha da outra noite.


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