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Lysimon!
Boa noite, Felixérie!
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Barthéenoide!
Querida Uranie!
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Encontrai-o onde quer
que ele esteja!
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Dizei-lhe que quero ainda,
esta noite,
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satisfazer o mais doce
dos seus desejos.
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As preciosidades que ele soube
escrever-me, desde há dois dias,
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quero que ele mas diga
junto de mim...
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- Vinde depressa!
- Já vou...
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Ide ter com esses idiotas.
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Vêde! A aldraba está
coberta de panos!
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Abafaram-te para que
o metal não perturbasse
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os belos discursos,
brutinho!
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É esta noite, ou nunca!
Prepara a tua memória!
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- Chegou o teu momento de glória!
- O quê? Que escreves tu agora?
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As palavras que vais dizer.
Vais ter de falar.
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Sim, ela quer ver-te, finalmente.
Não percamos tempo.
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Toma, eis o início!
Senta-te e aprende!
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- Não.
- Aprende a tua lição!
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Não, não decorarei nada!
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Estou farto de utilizar
palavras que são tuas!
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Agora, já sei, sim,
sinto que ela me ama!
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Obrigado. Já não tenho medo.
Vou eu próprio falar.
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E quem te diz
que não serei capaz?
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Não sou assim tão burro, afinal!
Verás!
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Sim, meu caro, o teu exemplo foi
proveitoso. Saberei falar sozinho!
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E, c'os diabos, saberei, pelo menos,
agarrá-la nos meus braços!
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- Pois então, falai-lhe sozinho!
- Espera! Não te vás embora!
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Boca, maravilha
de sorriso doce
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Boca de uma feição
tão graciosa
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Boca que diz o que é
necessário dizer
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Boca que diz menos
que os olhos...
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Belos olhos cuja ferida
profunda...
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perturba continuamente
os corações
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O doce repouso
que nasce apenas
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de um tão leve movimento.
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Boca, a maravilha das bocas