Cyrano de Bergerac
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2:03:01
É a minha ferida de Arras
que por vezes...

2:03:05
vós sabeis...
- Pobre amigo!

2:03:07
Mas não é nada.
2:03:10
Vai passar.
2:03:18
Já passou.
2:03:22
Todos nós temos a nossa ferida;
eu tenho a minha.

2:03:29
Sempre viva, ela aqui está,
esta velha ferida.

2:03:34
Por baixo da sua última carta
de papel amarelecido,

2:03:38
onde se pode ainda ver
lágrimas e sangue!

2:03:43
A sua carta!
2:03:45
Não me dissestes que um dia
talvez me deixásseis ler?

2:03:53
Quereis?... A carta dele?
2:03:56
Sim... Quero...
2:03:59
Hoje...
2:04:04
Aqui a tendes!
2:04:10
Posso abrir?
2:04:13
Abri...
2:04:15
Lede!...
2:04:23
“Roxane, adeus, vou morrer!”
2:04:26
Em voz alta?
2:04:28
“Será esta noite, creio,
minha bem amada!

2:04:31
Ainda tenho a alma pesada
de amor por exprimir.

2:04:35
E vou morrer!
2:04:37
Nunca mais,
2:04:39
nunca mais os meus olhos
embriagados, o meu olhar...”

2:04:43
Como lêdes a carta dele!
2:04:49
“Que num toque suave,
familiar,

2:04:56
vos tocasse a fronte
e eu queria gritar”...


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