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É a minha ferida de Arras
que por vezes...
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vós sabeis...
- Pobre amigo!
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Mas não é nada.
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Vai passar.
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Já passou.
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Todos nós temos a nossa ferida;
eu tenho a minha.
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Sempre viva, ela aqui está,
esta velha ferida.
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Por baixo da sua última carta
de papel amarelecido,
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onde se pode ainda ver
lágrimas e sangue!
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A sua carta!
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Não me dissestes que um dia
talvez me deixásseis ler?
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Quereis?... A carta dele?
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Sim... Quero...
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Hoje...
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Aqui a tendes!
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Posso abrir?
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Abri...
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Lede!...
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Roxane, adeus, vou morrer!
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Em voz alta?
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Será esta noite, creio,
minha bem amada!
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Ainda tenho a alma pesada
de amor por exprimir.
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E vou morrer!
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Nunca mais,
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nunca mais os meus olhos
embriagados, o meu olhar...
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Como lêdes a carta dele!
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Que num toque suave,
familiar,
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vos tocasse a fronte
e eu queria gritar...