2:59:00
Nenhum advogado está presente,
2:59:02
não há registos do interrogatório.
2:59:04
Quando o Sol nasce na manhã seguinte,
2:59:07
é acusado da morte do Presidente.
2:59:10
O país, influenciado por jornalistas,
convence-se da culpa dele.
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Na pele do patriótico
proprietário dum clube
2:59:16
que quer poupar a ida a tribunal
a Jackie Kennedy,
2:59:20
Jack Ruby é metido na garagem
2:59:23
por um dos homens
que tem a soldo na Polícia.
2:59:26
Oswald é levado qual cordeiro ao sacrifício
2:59:30
e abatido como inimigo do povo.
2:59:51
Quem chora Lee Oswald,
2:59:54
enterrado com uma lápide barata em cima?
2:59:58
Ninguém.
3:00:06
Falsas notícias sobre Oswald
circulam o globo.
3:00:12
A lenda oficial está criada;
agora é com os jornalistas.
3:00:16
O brilho das mentiras oficiais
e o esplendor do enterro de JFK
3:00:20
confundem o olhar
e baralham a compreensão.
3:00:25
Hitler disse,
3:00:27
"Quanto maior é a mentira,
mais gente acredita nela."
3:00:31
Lee Harvey Oswald, o louco solitário
que desejava atenções e obteve-as
3:00:35
matando um presidente, foi só o primeiro
numa longa lista de bodes expiatórios.
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Anos depois, Bobby Kennedy
e Martin Luther King,
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homens cujo desejo de mudança e de paz
3:00:45
tornava perigosos
para homens desejosos de guerra,
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seguir-se-lhe-iam,
mortos por homens sós e loucos.
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Homens que escondem a culpa fazendo
do assassínio o acto dum solitário.
3:00:58
Tornámo-nos todos em Hamlets,
em filhos dum pai/líder abatido,