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Ordena-me que faça por ti
o que quiseres.
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Matai Claudio.
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Por nada deste mundo.
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Matais-me com essa recusa. Adeus.
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Já aqui não estou, estando.
Não há amor em vós.
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- Deixai-me!
- Beatrice!
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- Vou-me!
- Antes, seremos amigos.
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Achais mais fácil ser meu amigo
do que enfrentar os meus inimigos?
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- Claudio é teu inimigo?
- Não é ele um tratante
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que caluniou, humilhou
e desonrou a minha prima?
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Se eu fosse homem!
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Ele levou-a pela mão,
quando as mãos iam unir-se,
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e acusou-a publicamente
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com uma desfaçatez
e um rancor impiedosos...
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Meu Deus, se eu fosse homem!
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Comia-lhe o coração na praça pública!
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Escuta-me, Beatrice.
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Falar à janela com um homem...
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- Bela história!
- Beatrice...
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Doce Hero!
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Enxovalhada, caluniada!
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- Perdida!
- Beatrice!
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É valente como Hércules
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aquele que diz uma mentira
e a sustenta.
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Como não posso ser homem,
por mais que queira,
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hei-de morrer mulher, com a minha dor.
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Por esta mão, eu amo-te.
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Não jureis por ela e empregai-a
de outra forma, se me amais.
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Acreditas, do fundo da alma,
que Claudio difamou Hero?
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Sim, com a mesma certeza
como sei que tenho pensamento
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ou alma.