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Estás a tentar tornar
o meu papel mais pequeno?!
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- Já é pequeno tal como está!
- Há sempre cortes
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e o importante não é o tamanho.
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Não ouviste o que ela disse?
Não quer ficar sem a tirada.
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- Sr. Cheech, começo a ficar...
- E eu preferia jogar dados,
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mas o Sr. V. disse-me
que a queria muito tempo no palco.
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Eu escrevi a peça,
estou a encená-la...
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Não quero saber. Vais levar aqui
a tareia ou vamos lá para fora?
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É contigo.
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O Warner Purcell continua disciplinado
e um prazer, como colega.
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Mas reparo que já não toma só
água quente com raspas de limão.
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Bom, que fazemos com a ingénua
que tanto aprecia canídeos?
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Escolheu-a por a achar atraente?
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É bonita mas acima de tudo tem
a petulância que a personagem requer.
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É petulante, sim... Dá-nos desejos
de a sufocar com uma almofada.
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Que casa linda, Helen.
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- O shaker para martinis!
- Tem um gosto esplêndido.
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O meu gosto é requintado.
Os meus olhos é que são esplêndidos.
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Que auto-confiança tão justificada...
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Vai ver que ainda terá
de despedir a Olive.
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Não será possível...
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Como suporta que chacine
a sua poesia? Eu não o tolerava.
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E ninguém vai acreditar que possa
ser médica. Nem sequer veterinária.
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Bem sei, mas foi uma concessão
que fiz e que devo aguentar,
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se quero que a peça estreie.
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Penso reduzir o papel dela,
se aquele guarda-costas deixar.
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Já me viu o estafermo?!
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Imagine, ter o nosso próprio
Neanderthal sempre atrás.
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Não sabia que estreou cá
''Solness o Construtor'',
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que tinha ganho aquele prémio.
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- Bom, á sua peça.
- Nossa peça...
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A um mundo ideal, sem concessões.
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Caramba, que vista!