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Milhões de lâmpadas,
milhões de corações destroçados...
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Sabe o que há ali em baixo?
A Broadway.
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- É a sua rua.
- Sim, é a minha rua...
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Mas gostava de lha oferecer.
Se a quiser, isto é.
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Quem não quereria?
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Quero que escreva uma peça
para mim, quando esta acabar.
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Uma peça escrita propositadamente
para a Helen Sinclair.
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Mas tem de ter grandeza,
uma figura importante de mulher,
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como uma Bórgia, uma Curie...
- Dedicar-me-ei de corpo e alma.
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E já agora, dá uma olhada
aquela cena do 2ºAçto?
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Se ela seduzisse o Tenente em vez
de ser rejeitada uma segunda vez,
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isso daria uma variação
á personagem.
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É uma ideia fantástica.
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''O coração é labiríntitico,
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''um emaranhado de brutais ciladas
e horríveis obstáculos.''
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Esta frase não faz sentido,
é estúpida e não a percebo.
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É só uma forma elegante
de exprimir a ideia.
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- Que ideia?
- Da agonia do amor, numa relação.
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Porque tornas isso
tão difícil de dizer?
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Não consigo dizê-la,
é um amontoado de disparates.
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- Não consigo e não digo!
- Diz a frase, Olive.
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Não, não faço figura de parva!
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- Ela tem razão, não presta.
- Pronto, era o que cá faltava!
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Ninguém fala dessa maneira
tão estúpida.
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O Frankenstein tem razão.
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Quando quiser a sua opinião, peço-lha.
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Estou farto destes disparates,
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de ficar ali sentado a ouvir
todos os dias essas tretas.
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Pois saia, ninguém o convidou!
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Estudou arte dramática onde,
em Sing Sing?
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''Um emaranhado de brutais
ciladas''... Eu consegui decorar,
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mas lá por isso não deixa
de ser um disparate!
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Pronto, desisto.
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- Estou com uma ressaca...
- E eu, estou esfomeado.
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Porque não vamos todos almoçar?
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Se não consegues dizer a frase,
não digas!