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Uma peça vem a Boston ainda coxa,
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doente, lutando por respirar,
tentando agarrar-se á vida,
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e de repente, quando ninguém
espera dá-se o milagre,
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e uma obra de arte é criada.
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É incrível a diferença que
a substituta da Olive fez,
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deu nova vida á peça.
- A Olive é uma canastrona, sim.
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Mas vai ser um sucesso
á mesma.
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Ao teu futuro
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como novo Cavaleiro Branco
da grande e feérica rua.
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- Que é isto?
- Um dissolvente de tinta.
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Dilui-o com gasosa, se queres.
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Vês passar as aldeiazinhas?
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Helen, assim que chegarmos,
conto á Ellen sobre nós.
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- David!
- Estou decidido.
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- Tens a certeza?
- Sabes o que sinto por ti.
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David, sê meigo, já fui magoada
tantas e tantas vezes...
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Eu sei.
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Encontras-te no limiar da grandeza,
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o mundo vai-se-te abrir
como uma ostra.
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Não, não como uma ostra...
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O mundo vai-se-te abrir
como uma magnífica vagina.
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Sente-te bem? Pareces corado.
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- Foi alguma coisa que eu disse?
- Deve ser do dissolvente...
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Alguma vez pensaste,
quando te apaixonas,
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se te apaixonas pelo artista,
se pelo homem?
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Que pergunta mais estranha.
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Sei que é estranha, mas...
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Estou apaixonado por ti, Helen.
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E chegou o momento de agir.
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O comboio segue tão depressa!
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É tudo tão rápido...
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- David, abraça-me!
- Eu amo-te...
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Não, não fales. Não fales.
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Peço-te, não fales.
Não fales.
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Não, não fales.