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Como assim?
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Era o cabrão do fotógrafo,
na merda das escadas!
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Tivemo-lo e deixámo-lo fugir.
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Tem a certeza de que é ele?
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Sim, mande distribuir.
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Não encontrámos extractos de conta,
agendas, moradas...
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Até agora, só este recibo.
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Veja isto.
Estava debaixo da cama.
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- Será o único dinheiro dele?
- Boa! Temos toda a massa dele.
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Espere, há mais uma coisa.
Não vai acreditar,
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mas não encontrámos
uma única impressão digital.
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Tem razão, não acredito.
Continuem á procura.
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Mais agentes vinham a calhar.
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Estou a dar o meu melhor.
O que já descobriste?
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Há dois mil blocos de notas
nas prateleiras.
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Cada um tem 250 páginas.
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E quanto aos crimes?
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''Que bonecos doentios
e ridículos nós somos,
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''e em que palco nojento dançamos.
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''Divertimo-nos a dancar
e a foder, sem nos ralarmos,
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''sem saber que não correspondemos
ao que estava programado.''
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Espera, há muito mais.
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''Hoje, no Metro,
um homem meteu conversa comigo.
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''Era um solitário.
Falou do tempo, etc.
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''Tentei ser simpático e educado,
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''mas a minha cabeça latejava
com tanta banalidade.
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''De repente, quase sem dar por isso,
vomitei-lhe em cima.
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''Ele não ficou nada satisfeito,
mas não consegui parar de rir.''
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Não têm data e foram postos
nas prateleiras sem ordem aparente.
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São apenas os pensamentos dele
postos no papel.
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A obra de uma vida!
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Mesmo com 50 homens a ler
em turnos de 24 horas,
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levaria uns dois meses.
- Eu sei, eu sei.
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Onde está?