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Ouvem o que eu digo?
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Se cada dia fosse soalheiro,
que seria ser soalheiro?
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Bom, o cerne da questão,
o que eu pretendo afirmar aqui hoje,
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é que o mal...
o maaaal... é necessário.
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O mal é necessário, e portanto,
sendo necessário, o mal...
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- O mal...
- ...deve ser bom.
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O mal é bom.
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É o que eu acho.
O mal deve ser bom, deve ser bom.
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- Quero ouvir-vos repetir...
- O mal é bom.
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O mal é bom. Vejam o Irmão Brown,
um deão exemplar nesta congregação,
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um pilar de estabilidade.
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O Irmão Brown esteve ontem à noite
com uma pega barata.
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- Não sabia que era pega!
- Meu estupor mentiroso,
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disseste que ias ver a tua mãe.
- Isso, sim, é o mal.
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Quando se diz à nossa esposa,
'Vou ver a minha mãe,'
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e se vai com uma pega barata,
isso é o mal.
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Mas o irmão Brown
divertiu-se com a sua pega barata.
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Pode-se puxar pela pega barata,
que ela não tem limites!
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O mal e o bem andam de mãos dadas.
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- O mal é para quem o pratica.
- Achei que te ia encontrar aqui.
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- Que fazes aqui?
- A Comandante tem novidades
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sobre os dois cadáveres no beco.
O que foi?
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- Lembra-te da Nikki.
- Tu comeste-a, não comeste?
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Temos aqui outro!
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- Comi quem?
- Tu sabes bem. A Nikki.
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- Sabes muitíssimo bem!
- Como?
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Nikki! A rameira da Babilónia.
É quem ela era.
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- A rameira da Babilónia.
- Nem toquei na rapariga!
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Devias mudar de camisa mais vezes.
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- Tens o batom dela no colarinho!
- Batom no colarinho!
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Que tipo de homem és tu?
É vergonhoso e chocante!
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- Não aconteceu nada disso.
- Diz-lhe isso a ela.
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Não te envergonhes disso, rapaz.
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Não te envergonhes de teres
arranjado um pouco de chicha!
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- A chicha é boa!
- Isso mesmo!