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Sinto muito, mrs. Murphy.
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Foi injusto,
o Spud ir preso e eu não.
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A culpa é sua!
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O gajo está dentro
por ser um drogado de merda
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e se a culpa não é sua,
não sei de quem será.
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Fui eu quem tentou
tirá-lo daquilo.
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As bebidas são comigo.
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Quem dera ter ido eu preso
em vez do Spud.
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Aqui estava eu rodeado pela famí-
Iia e pelos meus supostos amigos
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e nunca me tinha sentido tão só,
nunca na minha vida.
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Visto estar em liberdade
condicional
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era o Estado quem agora
me alimentava o vício,
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com três doses diárias
de metadona em vez de cavalo.
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Mas nunca é bastante.
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E neste momento, muito menos é.
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Tomei as três esta manhã, agora
faltam 18 horas para a próxima,
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e o suor nas costas
é como uma camada de geada.
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Tenho de ir pedir um chuto
à Madre Superiora.
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Só um, juro.
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Para me ajudar a aguentar
este dia lixado.
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Que há hoje na ementa?
- O prato preferido do senhor.
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A mesa do costume?
- Muito obrigado.
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Vai desejar pagar a despesa
adiantado?
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Não, ponha-a na conta.
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Lamento, mas o seu crédito foi
ultrapassado há já algum tempo.
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Bem, nesse caso...
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Em dinheiro, assim é que é.
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Não se pode ter cuidado de mais
com gente da sua laia, não é?
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Para começar, talvez uma fatia
de pão de alho?
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Obrigado, prefiro passar
directamente
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à injecção intravenosa
de drogas duras.
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Como desejar.