:38:02
Tenho dois pares de valetes.
Vamos lá.
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Ás.
- Como eu pensava.
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Dois pares. Mas eu também tenho setes.
Com os meus valetes.
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Filho-da-mãe, a enrolar-me devagar.
- Só disseste que tinhas dois valetes.
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Suspeitaste que tinha os setes.
És esperto.
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Não sejas tão inocente.
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Vieste jogar?
Precisamos de sangue novo.
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Amanhã põem-me uma pulseira por 4
meses e já perdi 200 fichas.
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Descansa bem.
Posso falar contigo, cosmonauta?
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Não, estou a ganhar.
É um jogo emocional.
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Tenho de falar contigo.
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Contei-as.
- Deixa-te disso.
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Que se passa?
- Em que situação estás?
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Saquei 8.000 e ia ganhar uma série
de mãos quando chegaste.
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Espera, quero um cachorro quente.
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Estás a 5 minutos da cidade
e já tens um sinal nas costas.
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Aquele sacana do Knish
deu com a língua nos dentes?
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Não o ouças. Vê as jogadas mas não
tem tomates para entrar numa.
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Há 15 anos que não precisa
de trabalhar.
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Não achas que aquilo é trabalho?
- Jogar pelo seguro? Não, obrigado.
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Também pensei. Agora sei
o que é realmente trabalhar.
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Vais tentar arranjar um trabalho?
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Ou voltas a falsificar cartões de crédito?
Facilmente voltas para a prisão.
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Eu não falsifiquei. Distribuí.
Distribuir é diferente.
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Em 2º lugar, não volto para a prisão.
Pára de te preocupares, está bem?
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Vem cá.
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Só quero que penses a longo prazo.
Sê esperto.
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Todos os sítios onde se joga
em Manhattan têm registos.
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Se ficares numa lista como batoteiro,
dão-te uma sova e nunca mais
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podes voltar a jogar em N. Iorque.
É uma estupidez. É um mau negócio.
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É disso que gosto em ti.
Pensas em todas as consequências.
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Isso é muito bom, mas não tem nada
a ver comigo. Não jogo sem batota.
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Se perder, então vou procurar trabalho.
Se vejo um pato, saco-lhe a massa.