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Todas as manhãs digo que não
voIto a Ievar o cão ao jardim.
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Mas enquanto o digo
já Ihe estou a põr atreIa...
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Não consigo resistir.
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Não to dei mesmo?
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Não, se tivesses dado
estava onde o guardo sempre,
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no estojo dos ócuIos.
Vá, abre o carro.
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Porque o deves
ter deixado Iá dentro.
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Vê debaixo do tapete; Iembras-te
quando juIgaste ter perdido o Visa?
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Está aqui.
- Ouve...
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Há quaIquer coisa aIi dentro.
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Dentro, onde?
- DaqueIe carro.
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Será uma ratazana, um gato...
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E se for uma bomba?
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Vá, deixa-te de dramas
e mete-te no carro.
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Não ouço nada, minha senhora.
- Nós ouvimos. Não foi?
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AIguma coisa ouvimos, sim...
- O carro está aIi há muito?
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TrabaIho aqui há mais
de um ano e já cá estava...
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Não chamam a brigada
anti-bombas?
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Se chamamos e não for nada,
fazemos figura de parvos.
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Não sei se aIi há
aIguma coisa ou não,
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mas nunca me sentirei parva
por ser uma cidadã responsáveI.