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Maru...
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Minha querida...
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Fala Martin.
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O teu pai.
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O teu pai verdadeiro.
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Deves imaginartratar-se
de uma estúpida partida,
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principalmente visto estar
morto para ti há tantos anos.
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Mas não, sou um fantasma
que continua vivo.
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Quando deixei de te ver
tinhas feito dois anos.
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Masjuro que não passou um dia
em que não tivesse pensado em ti.
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Na tarde em que me fui...
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Abracei-te,
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peguei-te ao colo,
pedi-te perdão pelo que ia fazer.
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Então pensava haver
coisas mais importantes
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que ficar com a tua mãe
e contigo.
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Queria melhorar o mundo para
depois compartilhá-lo contigo.
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Já deves ter percebido
que fracassei...
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Acabei preso.
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Combinei com a tua mãe
dizer-te que tinha morrido.
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A ideia foi minha, não dela.
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Ejurei-lhe que
nunca te procuraria.
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Mas não consegui.