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Ele encerrou o teatro.
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Ele não me pode fazer isso.
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Como pode um homem
ser tão egoísta?
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Limitámo-nos a mostrar um espelho.
Parece que ele não gostou do que viu.
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Que fazeis?
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Se não tendes palavra,
não me deixais alternativa.
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Mas cumpri o prometido.
Não publiquei.
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Talvez, com o tempo,
consigais recuperá-los.
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Não podeis! Tenho todos
os demónios do Inferno na cabeca.
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A minha única salvacão
é escoá-los para o papel.
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Tentai ler, para variar.
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O escritor que produz mais do que lê?
A marca de um amador.
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Tomai.
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Começai pela Bíblia. É mais alegre
e escrita com mais engenho.
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Este vosso monstruoso Deus?
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Amarrou o próprio filho
como um pedaço de vitelo.
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Tremo só de pensar
no que Ele me faria.
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- Por que me fazeis isto?
- Parai.
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Morrerei de solidão! Só tenho a
companhia das personagens que crio.
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Pegas e pederastas?!
Ficais melhor sem eles.
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Tenho uma proposta.
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Como sempre.
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Madeleine. Está tonta por mim.
Faria tudo o que lhe pedisse.
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Poderia fazer-vos uma visita
à meia-noite.
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Não sei quem insultais mais...
se a ela, se a mim.
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- Abri as portas do paraíso.
- Basta!
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Estais tenso. Precisais
de um lento e longo coito.
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Boa noite, Marquês.
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Então fornicai comigo!
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Maldito sejais, abade!
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Não tendes consciência
do meu estado? Da gravidade?!
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A minha escrita é involuntária,
como o pulsar do meu coração.