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A cauda ondulando quando
ele se lança no ataque.
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Juro,
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a minha vida toda passou-me
diante dos olhos.
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Não tinha mais nada para
dar senão reflexo puro.
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O reflexo puro e o instinto de
sobrevivência que grita:
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''Não! Não morrerei hoje!''.
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Nesse momento,
soube que era o tubarão ou eu.
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O tubarão sabia.
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Eu sabia.
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Mas, meu Deus!
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Não é uma questão pessoal!
É assim o mundo. A Natureza.
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Mas se bem me lembro,
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no último brilho dos olhos dele,
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houve um momento entre nós,
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em que ele disse: ''Ei, Richard, meu.''
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''Goza o jantar.''
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É estranho, matar um tubarão,
não é, Richard?
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É só um peixe grande, Bugs.
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Só um peixe grande?
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Sim, talvez! Talvez quando é bebé
e ainda não aprendeu a matar.
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Aí, talvez seja um peixe grande.
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Mas quando é uma grande matrona zangada
com o sabor do sangue na língua.
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Aí, a coisa fia mais fino.
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Oh, meu Deus!
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Desculpa lá, Bugs. Sou só eu?