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Não, tem uns belos dentes.
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Isto não são sardas.
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Se observar bem, vê a Cassiopeia.
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- O quê?
- Aqui mesmo.
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Espere um instante.
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Vou contar-lhe a história.
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Há muito, muito tempo,
na Etiópia,
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havia uma rainha chamada
Cassiopeia
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que pensava que era a mulher
mais bonita do mundo
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e não havia ninguém que
não se sentisse ofendido
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com a insuportável vaidade
dessa mulher.
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Um dia, ela ofendeu os deuses.
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Não me recordo o que ela fez
ou quem ofendeu,
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mas foi grave.
Ela ultrapassou os limites.
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E então, Poseidon,
o deus do mar,
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castigou Cassiopeia pondo-a no céu
sentada no trono de cabeça para baixo,
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eternamente com a saia
sobre os ombros
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e o sangue afluindo todo
á cabeca.
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E agora é uma mera
constelação no céu,
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um monte de sardas inglesas
em forma de trono.
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Portanto, ela cometeu um erro trágico...
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- E teve um castigo eterno.
- Exacto.
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Bem legível.
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Não acredito que estou a fazer isto.
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Agora deixe que o destino
siga o seu rumo.
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Foi um acidente.
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- Volta a escrever?
- Não posso.
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Isso foi um sinal. O destino está
a dizer para nos separarmos.
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Se o destino não queria que ficássemos
juntos, então porque nos conhecemos?
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Não sei. Não é uma ciência exacta.
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E se está enganada? Se o destino está
nas nossas mãos e nos separamos
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sem sabermos nomes nem telefones,
o que acontecerá?