:05:07
Eh pá, sou eu.
Acabo de chegar à cidade.
:05:10
Pensei que me desenrascavas
uma boleia, mas tudo bem.
:05:13
Posso apanhar um táxi, ou assim.
:05:19
Encontramo-nos depois,
ou coisa do género.
:05:35
Alto aí, marujo!
Preparado para a maior das travessias?
:05:38
Precisas duma boleia para te ambientares,
de um anzolzito para te agarrares?
:05:42
Bom, na verdade, estava
à espera dum táxi ou assim, mas se quiser...
:05:46
Tudo bem.
Não percas o barco.
:05:51
- Obrigado.
- Não há azar.
:05:54
Içar âncoras!
:06:00
Então, que achas do meu barco?
:06:02
É o que chamamos "um valor à vista."
Voilá! Vê com os teus próprios olhos.
:06:06
Concebo o meu transporte como
uma extensão da minha personalidade.
:06:09
E isto é como a minha
pequena janela para o mundo,
:06:14
e, a cada minuto que passa,
o espectáculo é diferente.
:06:16
Posso não o comprender,
ou sequer concordar com ele,
:06:20
mas aceito-o,
e deixo-me ir na onda.
:06:23
Deves manter o equilíbrio,
percebes?
:06:26
Ir na corrente.
O mar nunca recusa um rio.
:06:30
A ideia é mantermo-nos num estado
de partida e chegada constantes.
:06:35
Poupa-se tempo nas apresentações
e nas despedidas.
:06:38
A viagem não precisa de explicações.
:06:40
Apenas de passageiros.
E é aqui que vocês entram.
:06:44
É como se chegassem a este planeta
com uma caixa de lápis de cera.
:06:48
Pode calhar-vos uma caixa de oito
ou uma de dezasseis.
:06:52
Mas o que conta
é o que fazem com os lápis,
:06:55
e com as cores que vos são dadas.
:06:57
Não se preocupem muito em pintar
apenas dentro das linhas.