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Resumindo, penso que
a mensagem disto é...
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que nunca nos devemos
pôr à margem...
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ou vermo-nos como vítimas
das mais variadas forças.
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Somos sempre as nossas próprias decisões.
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A criação parece ser o resultado
da imperfeição.
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Parece ser resultado
de uma luta e da frustração.
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E é aí que eu penso
que nasce a linguagem.
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Tem origem no nosso desejo
de transcendermos o nosso isolamento...
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e de criar uma qualquer forma
de ligação aos outros.
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E devia ser fácil, quando era
apenas uma questão de sobrevivência.
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Como "água", não é?
Tivemos de arranjar um som para isso.
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Ou "Tens um dentes-de-sabre atrás de ti".
Tivemos de arranjar outro som para isso.
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Mas penso que, onde se torna
verdadeiramente interessante,
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é quando usamos esse mesmo sistema
de símbolos para comunicar....
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tudo o que de abstracto e intangível
experimentamos.
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O que é, por exemplo, a frustração?
Ou o que são a raiva e o amor?
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Quando digo "amor",
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o som sai da minha boca...
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e toca os ouvidos das outras pessoas,
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viaja por aquela conduta
bizantina no seu cérebro,
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através das suas memórias
de amor ou de falta dele,
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e elas registam o que eu digo,
e dizem sim, e compreendem.
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Mas como sei se compreenderam?
Porque as palavras são inertes.
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São apenas símbolos.
Estão mortas, sabias?
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E há tanto de intangível
nas nossas experiências.
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Tanta coisa que nos toca e que não
conseguimos expressar. Que não pode ser dito.
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E no entanto,
quando comunicamos com alguém,
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e quando...
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sentimos que estamos em ligação,