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Tratava-se afinal da descoberta
de uma verdadeira comunicação,
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ou, pelo menos, da procura
dessa mesma comunicação.
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A aventura de a encontrarmos
e de a perdermos.
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Nós, os inquietos, os que não aceitam,
continuamos à procura,
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enchendo os silêncios com os nossos desejos,
os nossos medos e as nossas fantasias.
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Impelidos pelo facto de não importar
o quanto o mundo nos parecesse vazio,
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ou o seu estado de degradação
e de desgaste,
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sabíamos que tudo poderia
ser ainda possível.
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E, dadas as circunstâncias,
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um novo mundo parecia-nos
tão provável como um velho.
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PARA COMEÇAR DE NOVO...
DO COMEÇO
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Existem dois tipos de sofredores no mundo:
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os que sofrem por falta de uma vida...
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e os que sofrem pelo facto
de a viverem demais.
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Acho que me inseri sempre
na segunda categoria.
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Quando pensamos nisso,
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praticamente toda a actividade
e comportamento humanos...
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não diferem, na essência,
do comportamento animal.
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As mais avançadas tecnologias
e aparelhagens...
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colocam-nos, na melhor das hipóteses,
ao nível de um super-chimpanzé.
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Actualmente, o fosso existente entre,
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digamos, Platão ou Nietzche
e um humano médio...
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é maior que o existente entre aquele
chimpanzé e o humano comum.
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O reino do verdadeiro espírito,
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o verdadeiro artista, o santo, o filósofo,
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raramente se concretizam.
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Porquê tão poucos?
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Porque é que a história do mundo e a
evolução não são histórias de progresso
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mas antes esta sucessão
ininterrupta de nulidades?
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Não se desenvolveram
quaisquer grandes valores.
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Bolas, os gregos, há 3.000 anos,
eram tão avançados como nós.
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Que barreiras são essas
que impedem as pessoas...
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de se aproximarem sequer
do seu potencial?