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Lembro-me dela...
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- Como é que estás?
- Só.
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Só vocês, fantasmas,
me vêm agora visitar.
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Como vai o teu Diego?
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Como pude chamá-lo isso...
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Nunca foi meu, nunca será.
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- Mas está bom... a pintar, acho.
- E tu, tens pintado?
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Sim, e quero que poses para mim.
Nem terás de sair de casa.
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Eu quero sair de casa.
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Pronto, iremos a um sítio
diferente todos os dias.
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Gosto da ideia, já tinhas
pintado todo o resto da família.
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Há muito tempo...
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Lembra-me o que queria,
então.
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Querias ser dona de ti mesma.
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Ela nunca gostou de ti, sabes?
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Dizia que só me trarias chatices.
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Há uma coisa
de que temos de falar.
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Um favor que tenho a pedir-te.
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É preciso teres muita lata,
vires aqui pedir-me favores.
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Não é para mim, é para o Trotski.