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- Tony?
- Que se passa contigo? Estás cego?
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- Eu? Estou.
- Psicossomático.
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- Como é que sabes?
- Nunca tiveste nada real.
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- Pega.
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Eu levo-te ao sofá.
Continua a andar.
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Muito bem, dá a volta.
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Aí tens. Senta-te.
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- Não me perguntes
porque é que eu vim.
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Não perguntei.
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Não tens curiosidade
passado estes anos?
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Bem, vais oficialmente deserdar-me?
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Não. Eu vim pela razão oposta.
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- Eu-eu quero que sejamos amigos.
- Nunca estive zangado contigo.
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Oh, fog...
Como é que podes dizer isso?
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Tu empurraste-me
por umas escadas baixo.
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Eu estava ganzado.
Nesses anos eu consumia drogas.
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Eu consumia ácido e Peyote.
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Onde aprendes-te a consumir drogas?
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Em ti. Tomavas todos aqueles
tranquilizantes e animadores de ânimo.
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Há uma grande diferença entre isso
e entrar numa drogaria...
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para comprar hashish.
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Esses dias acabaram.
Eram muito estúpidos.
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Eu-eu... sabes,
o que é que nos aconteceu?
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Como é que ficamos tão distantes?
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Eu... sabes, nós costumavamos
fazer coisas juntos.
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Nós eramos... nós eramos...
Deus, sabes, eu brincava contigo.
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Eu levei-te á pesca.
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- Eu não queria pescar.
- Não te levei contra a tua vontade.
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Depois, tu querias pescar.
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Querias aprender violino.
Eu comprei-te um violino.
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Daí eu fui para a bateria.
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Sim, mas como é que
de violino vais para a bateria?
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- Isso nunca entendi.
- É música.
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Hey, uma banda electrónica onde
rasgam as camisas...
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e onde comem ratos vivos
isso não é música.
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Os bilhetes esgotaram nesse concerto.
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E não chames isso um concerto.
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Heifetz no Carnegie Hall
isso é um concerto.
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Se houvesse uma falha electrica,
o Heifetzwill continuava a tocar...
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mas o teu guitarrista não.
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Vieste aqui para me lixar?
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Eu vim aqui...