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Estás tramada.
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Puseste aquele cabrão zangado, miúda.
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Talvez não a mate.
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Talvez não a mate.
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Talvez pudéssemos desaparecer.
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Merda!
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Então, resume-se tudo a isto?
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Estou prestes e enfiar uma bala numa mulher,
cujo único crime foi ser amada...
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por um gangster maluco,
um aspirante a Martin Luther King drogado.
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Agora, todos os sentimentos começavam a sair,
estranhos e novos,
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saindo de mim como um burrito fulminante.
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Seria amor? Amaria eu esta mulher?
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Será que toda a minha vida se resumiu
a uma questão de amor ou uma bala?
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É o tipo de pessoa que deve viver.
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21:00, cumpre o contrato.
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É o tipo de pessoa que não se deve matar.
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Até que um dia, ele vai atrás dela.
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21:00, cumpre o contrato.
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Ela é o tipo de pessoa que deve viver.
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Se tivesses uma mulher assim,
serias um homem livre.
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Foi então que percebi o que era.
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Não era amor, era compaixão.
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Empatia com outro ser humano.
Algo que eu nunca sentira antes.
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E, por um breve momento, soube o que era...