:08:00
Um aqui para casa
e dois pro escritório...
:08:02
mais pra ajudar o tio Éder, porque
os computadores não eram bons.
:08:07
As confusões em que o meu tio se
metia eram chatas, levavam meses.
:08:12
Nunca tinha imaginado
que ele podia matar alguém.
:08:15
Acho que foi mesmo um acidente.
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Entra.
:08:21
O Rogério tá aí.
Fiz um sanduíche, quer a metade?
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- Quero. Perguntou?
- Perguntei. Ele acha que foi de pé.
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O cara tava se levantando,
foi um acidente.
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- A bala entrou aonde? Na barriga?
- Ele não sabe.
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Foi um acidente,
eles tavam brigando.
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- A arma era do cara.
- Do ex-marido?
:08:38
Hum-hum...
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Eles não eram separados legalmente,
mas não viviam mais juntos.
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Tem que ver se a mulher é herdeira.
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- Como assim?
- Se a mulher, namorada do tio...
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é herdeira, eles tinham
motivo pra matar o cara.
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Pois é.
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Bom, o Rogério é advogado.
Deixa eles conversarem.
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- Você vai sair?
- Vou na casa da Isa.
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Eles já vão.
:09:12
- Rogério, lembra do Duca?
- E aí, menino?
:09:15
- E aí, Duca?
- Tudo bem?
:09:16
- Viu essa?
- Vi, né!
:09:18
- Eu acho melhor a gente ir logo.
- Eu vou com vocês.
:09:20
- Pra quê?
- É melhor você ficar aqui.
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Eu vou primeiro, ligo pra polícia,
e aí ligo pra você.
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- Daí, se você quiser, você vai.
- Cacete, que confusão.
:09:28
Situação periclitante!
:09:31
A mulher dele já sabe, né?
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- Sabe o quê?
- Já sabe que o cara morreu.
:09:36
Alguém avisou pra ela?
:09:38
Não. Ninguém sabe. Fechei a porta
e saí. Vim direto pra cá.
:09:41
- Não telefonou para ninguém, né?
- Não.
:09:43
- E a arma?
- Tá aqui no meu bolso.
:09:52
Rogério, obrigado por essa.
:09:55
- Cacete!
- Calma, foi um acidente, não foi?