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Estranha e formosa
terra verde,
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de majestosos
mares prateados.
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Quero ver de perto as
tuas misteriosas montanhas.
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Aterrar minha
extravagante nave.
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A primeira vez que vi um filme
na Cinemateca Francesa,
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pensei: só os franceses
iriam alojar um cinema
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dentro de um palácio.
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O filme era "Corredor sem
Retorno" de Sam Fuller.
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As imagens tinham tanta força
que era como se me hipnotizassem.
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Eu tinha 20 anos.
Estávamos nos fins dos anos 60
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e tinha vindo para Paris aprender
francês. Mas foi aqui que
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aprendi muito sobre a vida.
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Tornei-me membro
de uma espécie de maçonaria.
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A maçonaria dos cinéfilos.
A que chamávamos
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"fanáticos do cinema".
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Eu era um dos insaciáveis.
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Um dos que sempre se sentam
nas primeiras filas.
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Porque nos sentávamos
tão perto?
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Talvez porque queríamos ser os primeiros
a receber as imagens,
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quando ainda eram novas, frescas.
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Antes de passarem
para as filas seguintes.