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Isto é muito escorregadio.
Muito escorregadio.
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Aqui vamos nós.
O que é que eu vos disse?
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Há anos, na minha primeira
viagem na Noite da Consoada,
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estava no topo do comboio
a fazer a minha ronda...
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quando escorreguei no gelo.
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Agarrei-me a uma barra de ferro,
mas partiu-se. Escorreguei e caí.
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E apesar disso, não caí do comboio.
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Alguém o salvou?
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Ou alguma coisa.
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Um anjo?
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Talvez.
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Espere. Espere.
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Como era ele? Chegou a vê-lo?
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Não senhor. Às vezes
é preciso ver para crer.
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E outras, as coisas mais reais são
aquelas que não conseguimos ver.
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Os desamparados e os abandonados.
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Agora, cuidado com os pés. Estes pobres
brinquedos já sofreram o suficiente...
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deixados a enferrujarem-se
e a estragarem-se
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pelos becos e contentores
de todo o mundo.
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O que fazem aqui?
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É uma nova ideia que o chefe teve.
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Em vez de serem deitados fora,
são recolhidos. Renovados.
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Ele chama-lhe de reci...cla...gem,
ou algo parecido.
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Dá-me vontade de chorar...
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ver brinquedos tratados assim.
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Estas bonecas de corda embaraçadas e
sem esperança, bem como as marionetas...
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são o nosso maior problema.
Mas descobrimos que os dedos ágeis
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do nosso pessoal, aqui no
Pólo Norte são os melhores para
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desfazerem essa confusão de nós.
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Obrigado. Está fechada à chave.
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Tu és como eu, meu amigo.
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Um egoísta!