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até que a sua jovem mente
se virasse para coisas melhores.
:28:03
Mas todas as Quintas-Feiras
chega mais uma.
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Que miúda querida.
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Esforço-me para impedir a minha mão
de tremer quando pego nela.
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É a única amiga que tenho,
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a filha que nunca tive.
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Minha querida Cordelia.
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A franzina Nancy Callahan.
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8 anos passam.
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Então surge uma Quinta-Feira em
que me levanto do meu berço.
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Excitado como um miúdo no Natal,
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para ficar a olhar para o raio do
chão do raio da minha cela
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à procura de uma carta da Nancy
que não está lá.
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Depois outra
Quinta-Feira sem carta.
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Estará bem?
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Aconteceu-lhe alguma coisa?
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Nada...
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Passaram agora 2 meses,
nem uma palavra da Nancy.
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Encontraram-na?
Apanharam-na?
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Claro... velhote estúpido...
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Faz as contas, a Nancy tem 19 anos
quanto tempo esperavas que escrevesse?
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Foi uma Santa tê-lo feito
durante tanto tempo.
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Ela esqueceu-te, velhote.
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Estás sozinho.
Completamente sozinho.
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Este tipo cheira mal,
como comida estragada,
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como um cadáver deixado num caixote
do lixo em pleno Verão.
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Cheira tão mal que quero vomitar.
:29:49
O sacana quase que
me arrancava a cabeça.
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Quando recupero os sentidos, vejo.
:29:55
O mesmo tipo de
envelope que a Nancy usa.
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Mas não tem nenhuma carta dentro.