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- Quem matou o Thursby?
- Não sei.
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Talvez não saiba,
mas podia dar um bom palpite.
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O meu palpite pode ser bom,
ou pode ser reles,
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mas a sra. Spade não criou
um filho tão louco
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que dê palpites a um promotor público,
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a um seu assistente e a uma estenógrafa.
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Porque não daria,
se não tem nada a ocultar?
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Toda a gente tem algo a ocultar.
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Sou um agente da lei 24 horas por dia,
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e nem a formalidade
nem a informalidade justificam
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negar-me provas de um crime,
excepto por motivos legais.
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Vocês os dois e a polícia
acusaram-me de estar envolvido
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nos assassínios da outra noite.
Já tive problemas com vocês,
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e quanto a mim,
a melhor forma de me safar do sarilho
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em que me querem meter,
é trazer os assassinos presos,
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e a única hipótese que tenho de o fazer,
é ficar afastado,
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o mais possível, de todos vocês,
pois só atrapalham o meu trabalho.
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Está a apanhar tudo,
ou estou a ser muito rápido?
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- Não. Estou a apanhar tudo.
- Bom trabalho.
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Se quer dizer à junta
que estou a obstruir a justiça
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e pedir-lhes para revogar
a minha licença, faça-o.
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Já o tentou antes
e só conseguiu que se rissem de si.
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Olhe aqui.
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Não quero mais conversas informais.
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Não tenho nada a dizer-lhe, nem à polícia,
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e estou farto que todos os malucos
me chamem nomes,
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por isso se me quer ver,
prenda-me ou intime-me ou qualquer coisa,
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e virei com o meu advogado.
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Talvez o veja no inquérito!
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- Venha. Ele quer vê-lo.
- Só o esperava às 17h25.
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Espero não o ter feito esperar.
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Continue a gozar-me.
Irão tirar ferro do seu fígado!
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Quanto mais reles é o patife,
mais exagerada é a conversa.
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Vamos.
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Vá lá. Isto deixá-lo-á bem visto
perante o seu chefe.