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com as melhores jóias dos seus cofres.
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- Bem, que pensa disto?
- Não sei.
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Isto são factos, factos históricos;
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não história do livro da escola,
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mas história, não obstante.
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Enviaram este pássaro de 30 cm
adornado de jóias a Carlos,
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que estava nessa altura em Espanha.
Enviaram-no numa galera
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comandada por um membro da Ordem.
Nunca chegou a Espanha.
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Um famoso almirante de piratas
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tomou a galera dos Cavaleiros e o pássaro.
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Em 1713, apareceu na Sicília.
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Em 1840, apareceu em Paris.
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Nessa altura, tinha adquirido
uma cobertura de esmalte preto
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para que parecesse uma estatueta preta
razoavelmente interessante.
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Com esse disfarce foi,
o que se pode chamar,
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disputada em Paris, por três anos
seguidos, por donos particulares
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tão idiotas que não viram
o que estava debaixo do esmalte.
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Então, em 1923,
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um negociante grego,
chamado Charilaos Konstantinides
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descobriu-o numa loja pouco conhecida.
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O esmalte não conseguiu
ocultar o valor aos seus olhos.
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- Começa a acreditar em mim?
- Não disse que não acreditava.
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Para o manter seguro,
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enquanto prosseguia
as suas pesquisas sobre a história dele,
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Charliaos voltou a dar esmalte no pássaro.
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Porém, apesar da sua precaução,
consegui descobri-lo.
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Se tivesse sabido uns dias mais cedo...
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Estava em Londres quando soube.
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Fiz as malas
e meti-me no comboio imediatamente.
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No comboio, abri um jornal, o Times,
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e li que a casa de Charilaos
tinha sido assaltada e ele assassinado.
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Quando lá cheguei,
descobri que o pássaro tinha desaparecido.
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Isso foi há 17 anos.
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Levei 17 anos a localizar o pássaro,
mas localizei-o.
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Queria-o! Não desanimo
facilmente quando quero algo.
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Segui-o até à casa de um general russo,
um tal Kemidov,
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num subúrbio em lstanbul.
Ele não sabia nada sobre ele.
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Para ele não passava
de uma figura de esmalte preto,