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Tu fizeste-me engolir
as minhas proprias palavras.
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E tinhas razão. Um homem
deve ser leal âs suas palavras.
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Mas tu deste âs minhas palavras
um significado que eu nunca sonhara.
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Transformaste-as
numa desculpa fria para o teu crime!
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Elas nunca quiseram dizer isso.
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E não as vais transformar nisso.
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Deve ter havido algo dentro de ti
desde o início
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que te deixou fazer isso.
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Mas sempre houve algo dentro de mim
que nunca mo deixaria fazer.
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- E nunca seria cúmplice disso.
- Que quer dizer?
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Fizeste-me ter vergonha
de todos os meus conceitos
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de seres superiores e inferiores.
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Mas agradeço-te por essa vergonha,
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porque fiquei a saber que somos
seres humanos separados,
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com o direito de viver,
trabalhar e pensar como indivíduos,
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mas com um dever
para com a sociedade em que vivemos.
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Com que direito
te atreves a dizer
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que pertences a esses poucos
seres superiores?
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Que direito tinhas de considerar
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aquele rapaz inferior
e, logo, passível de ser morto?
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Pensaste que eras Deus, Brandon?
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Foi isso que pensaste
quando o sufocaste?
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E quando serviste comida
em cima do seu túmulo?
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Não sei o que pensaste,
mas sei o que fizeste.
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Mataste!
Estrangulaste um ser humano...
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que sabia viver e amar
como tu nunca soubeste.
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- Nem voltaras a saber.
- Que vai fazer?
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Interessa o que fara a sociedade.
Não sei o que sera, mas imagino.
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E posso ajuda-la!
Vão morrer, Brandon! Os dois!
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Vão ambos morrer!