:13:04
Muito bem, então diga lá você.
Estamos sentados aqui para quê?
:13:09
Não sei. Talvez sem motivo.
:13:11
Ouçam, o miúdo foi
maltratado a vida toda.
:13:15
Nasceu num bairro de lata,
órfão de mãe desde os nove.
:13:19
Viveu um ano e meio
num orfanato...
:13:21
quando o pai cumpriu
sentença por falsificação.
:13:24
Não é um bom começo de vida.
:13:26
É um miúdo selvagem e revoltado.
Sempre foi assim. E sabem porquê?
:13:30
Porque levou na cabeça
todos os dias.
:13:34
Viveu 18 anos miseráveis. Acho que
lhe devemos umas palavras, só isso.
:13:39
Deixe-me dizer-lhe isto. Nós não lhe
devemos nada. Ele teve um julgamento justo.
:13:43
Quanto acha que custa este julgamento?
Ele tem sorte em ter um. Está a perceber?
:13:48
Ouça, somos todos adultos aqui.
Ouvimos os factos, não ouvimos?
:13:52
Não me vai dizer que devemos acreditar
no miúdo, sabendo nós o que ele é.
:13:56
Eu vivi entre eles
a minha vida toda.
:13:58
Não podemos acreditar numa palavra deles,
bem sabe. Eles nascem mentirosos.
:14:04
- Só um ignorante pode acreditar nisso.
- Ouça lá...
:14:07
Acha que nasceu com o
monopólio da verdade?
:14:10
Temos de fazer este homem
ver algumas coisas.
:14:12
- Hoje não é domingo. Dispensamos o sermão.
- Temos uma tarefa a cumprir. Vamos a isso.
:14:17
Rice Pops. É um produto
que estou a trabalhar na agência.
:14:21
"O pequeno-almoço explosivo."
:14:24
- A frase é minha.
- Muito apelativo.
:14:26
- Ouça, importa-se?
- Desculpe. Tenho este hábito de rabiscar.
:14:31
- Ajuda-me a pensar com clareza.
- Temos trabalho para fazer.
:14:33
Não faz sentido estarmos
aqui para sempre. Certo?
:14:37
Talvez ali o senhor que discorda
nos possa dizer porquê.
:14:43
Diga-nos o que está a pensar. Talvez
lhe possamos mostrar onde se confundiu.
:14:47
Talvez seja uma ideia. Acho que nos
compete a nós convencer este senhor...
:14:53
de que ele está errado e nós estamos certos.
Talvez se cada um de nós usar uns minutos para...
:14:59
- Bem, era só uma ideia.
- Não, não, é uma boa ideia.