:43:02
Ninguém o conhece.
Ninguém o menciona.
:43:06
Ninguém procura os seus
conselhos após 75 anos.
:43:11
Meus senhores, isto é uma coisa muito
triste: não significar nada.
:43:15
Um homem assim precisa de ser mencionado,
de ser ouvido.
:43:20
Ser mencionado uma vez que seja,
uma vez importante.
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Seria tão duro para ele retirar-se
para segundo plano.
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Espere lá. Está a dizer que ele mentiria
só para poder ser importante uma vez?
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Não. Ele não iria propriamente mentir.
:43:34
Mas talvez ele se tenha convencido
de que ouviu essas palavras
:43:37
e que tenha reconhecido
a cara do rapaz.
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Isto é a mais fantástica
história de sempre.
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Como pode você especular assim?
O que sabe você disso?
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- Alguém quer um rebuçado para a tosse?
- Eu aceito um.
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Ainda não percebo como pode
alguém achar que ele é inocente.
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Há mais uma coisa que gostaria de
falar por um momento. Obrigado.
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Nós provámos que o velhote não podia
ter ouvido a o rapaz a dizer "vou-te matar".
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- Não provaram nada!
- Espere. Suponham que ele ouviu mesmo.
:44:13
Esta frase, quantas vezes já todos
nós a usámos? Provavelmente milhares.
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"Eu vou-te matar por isto.", "Júnior, se voltas
a fazer isso eu mato-te.", "Rocky, mata-o!"
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- Isso não significa que vamos realmente matar alguém.
- A frase foi: "vou-te matar."
:44:27
O miúdo gritou-a a plenos pulmões.
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Não me diga que ele não queria dizer isso.
Quando alguém diz dessa maneira, é a sério!
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Bolas, eu não sei.
:44:34
Eu lembro-me de ter discutido com o meu
colega do lado, no banco, umas semanas atrás.
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Ele chamou-me idiota
e eu gritei com ele.
:44:40
Este tipo está a tentar fazê-los
acreditar no que não é verdade.
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O miúdo disse que o ia matar
e matou-o!
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Acha que o rapaz ia gritar isso de
modo a que toda a vizinhança ouvisse?
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- Ele é demasiado esperto para isso.
- Esperto? Ele é um vulgar ignorante.
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Ele nem "suquer" sabe falar bem.
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Ele nem SEQUER sabe falar bem.