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É sempre difícil ultrapassar os
preconceitos pessoais neste tipo de coisas.
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Sempre que nos deparamos com ele
o preconceito obscurece a verdade.
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Eu não sei realmente
qual é a verdade.
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Suponho que ninguém
pode ter certezas.
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Nove de nós acham agora
que o réu é inocente.
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Mas estamos apenas no domínio das
probabilidades. Podemos estar errados.
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Podemos estar a tentar que um culpado saia
em liberdade. Eu não sei. Ninguém pode saber.
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Mas temos uma dúvida legítima.
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E isso é muito valorizado
no nosso sistema.
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Nenhum júri pode declarar um homem
culpado a não ser que tenha a certeza.
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Nós, os nove, não percebemos como é
que vocês, os três, ainda têm tanta certeza.
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- Talvez nos possa dizer.
- Vou tentar.
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Vocês fizeram excelentes objecções
mas eu ainda acho que o rapaz é culpado.
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Tenho dois motivos. Um: o
testemunho da vizinha da frente
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que realmente viu o crime
a ser cometido.
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Este é o testemunho mais importante.
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E dois: o facto de ela
descrever a facada
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dizendo que o rapaz levantou
a mão sobre a cabeça
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e apunhalou o pai de cima
para baixo.
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- Ela viu-o a fazer, da forma errada.
- Está absolutamente certo.
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Falemos um pouco dessa mulher.
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Ela disse ter ido para a cama
cerca das 7 da tarde.
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A cama dela fico junto à janela
e ela podia olhar por ela
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e ver directamente para o quarto
do rapaz, do outro lado da rua.
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Ela esteve às voltas na
cama por mais de uma hora.
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Finalmente, virou-se para a janela
por volta da meia-noite e dez,
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e, quando olhou para fora, viu o crime
através das janelas do comboio em movimento.
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Ela disse que as luzes se apagaram
após o crime,
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mas que viu perfeitamente o rapaz
no acto de apunhalar o pai.
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Tanto quanto consigo ver,
isto é um testemunho inabalável.