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A vida deve ter um desígnio,
algum sentido!
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Por amor de Deus, olhe para mim
antes que seja tarde de mais!
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Por uma vez que seja,
veja-me como eu sou!
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Olhe para mim!
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Sou um falhado e um bêbado.
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Se julgado pelo meu valor,
nem valho o preço do meu enterro!
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Tu, o Gooper e todos vós
culpam-me de tudo?
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Pai, ninguém...
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Conhecemo-nos desde que nasci
e somos como dois estranhos.
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Tem 11.000 hectares de terra fértil.
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Tem 10 milhões de dólares.
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Tem uma mulher e dois filhos.
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Tem-nos, mas não nos ama.
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- À minha maneira...
- Não.
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Nem sequer gosta de pessoas.
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Quis que o Gooper e eu tivéssemos filhos.
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Porquê?
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Para que uma parte de mim viva
e eu não desapareça!
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Isto foi o que herdei do meu pai.
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Uma mala velha!
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E estava vazia!
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Só guardava a farda dele,
da Guerra do México!
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Foi isto que ele me deixou... Nada!
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Eu construí esta casa desse nada.
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Só lhe deixou isso?
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Ele era um vagabundo.
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O vadio mais famoso dos vagões de carga.
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Ocasionalmente, trabalhava
no campo e eu ia com ele.
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Sentava-me meio despido na terra,
à espera dele.
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Para além da fome,
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a primeira recordação que guardo
é da vergonha.
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Tinha vergonha
daquele vagabundo miserável.
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Aos nove anos,
já conduzia vagões de carga.
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Tu nem sabes o que é isso.
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Nem terás de enterrar-me,
como o sepultei a ele.
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Enterrei-o num prado,
ao lado da linha de comboio.