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Foste notável, meu rapaz.
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Como vêem...
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...o nosso paciente
é impelido para o bem...
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...ao ser paradoxalmente
empurrado para o mal.
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A intenção de reagir
violentamente...
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...é acompanhada duma violenta
sensacão de dor física...
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...e para a combater tem
o paciente que reagir...
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...na atitude diametralmente oposta.
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Alguma pergunta?
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A escolha!
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O rapaz não tem
por onde escolher, pois não?
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O interesse pessoal...
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...o medo à dor física...
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...empurram-no
para essa grotesca farsa da submissão.
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A sua insinceridade
foi bem clara.
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Ele deixou de ser um malfeitor...
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...mas morreu também como criatura
capaz duma escolha moral.
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Isso são subtilezas, padre.
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Não nos preocupamos com
éticas transcendentes.
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A nossa única preocupação
é acabar com o crime...
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...e com o horrível congestionamento
verificado nas nossas prisões.
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Terá agora um bom cristão...
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...pronto a dar a outra face...
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...pronto a ser crucificado
em vez de crucificar...
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...doente com o simples pensamento
de matar uma mosca.
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Regeneração!
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Até os anjos do Senhor se alegram...
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...pois o que interessa
é que resultou!
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E, no día seguínte, o vosso
amígo e humílde narrador...
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...era um homem lívre.